sábado, 16 de junho de 2012

MODERAR?

A polaridade detém divinas possibilidades de aprender a discernir, visualizar e praticar as leis universais. Quem não conhece os extremos não é capaz de andar e manter-se pelo caminho do meio. Quem não domina a alegria nem a tristeza não será capaz de viver em estado de serenidade; por exemplo. A proibição sistemática e sem conteúdo, na infância gera a necessidade de ser contrariada; o adulto não pode esquecer que a criança busca espaço para aprender onde e de que forma pode movimentar seu livre arbítrio. Precisamos ser ensinados a encontrar limites, para isso necessitamos ousar, discordar, enfrentar, para ver o que acontece; na infância o fazemos sem o aval do raciocínio crítico adquirido nas experiências já vividas – muitos adultos não conseguem discernir na escolha do melhor para si e para os outros; pois foram impedidos de aprender essa primária condição de humanismo. A contenção dificulta perceber o porquê daquela decisão. Incapaz de racionalizar para compreender, pois sistematicamente, é impedida de sentir a experiência do que é nocivo e do que faz mal, a criança encara a proibição e a contenção como um capricho ou um ato de criancice do adulto, só para provocá-la; e isso, vai estimular a busca da quebra de limites, a atitude de enfrentar para até para “vingar-se”, contrariando; quase que de forma compulsiva. Ou o que é pior: conduz ao hábito da camuflagem do fazer escondido, do mentir, da desonestidade íntima ou de relação – estilo de viver que predomina em grande parte dos adultos que foram impedidos de aprender na infância. Exemplo: espelhando o círculo vicioso da educação vigente, não é raro que adultos façam, comam ou bebam escondido; o que proíbem aos filhos; alguns impedem que eles tomem refrigerante; mas bebem cerveja ou qualquer bebida. É o vício da “droga pedagógica”: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Nas coisas mais simples do dia a dia estão as possibilidades de aprendizado; quase sempre desperdiçadas. Vamos usar um acontecimento do cotidiano para ilustrar. Imagine uma família que descobriu o desastre que é o refri; o gás carbônico; os aditivos químicos o açúcar ou os adoçantes. Na qualidade de educados e adeptos da teoria do meio termo logo vem o discurso para a molecada: Crianças; agora aqui em casa temos uma nova regra: refri só em fim de semana ou em festas! A pior escolha; pois essa proibição e ao mesmo tempo contenção; vai gerar uma necessidade forte de contrariar e até pode criar compulsões, logo chegando ao vício. O melhor seria deixar a criança sem refri por uns dez dias, o corpo se depura; e depois “ajudar” a criança a tomar logo uns dois litros; com certeza lá vem cólicas, mal estar, até vômitos. Nesse momento o adulto deve descer do pedestal de sabe tudo e convidar a criança á reflexão. Filho meu; eu acho que tudo isso foi causado pelo refri; vamos prestar atenção? – Mas se a criança for medicada pode esquecer tudo. Não medicar é crueldade? Então Deus é cruel com a cólica natural das crianças pequenas? Viver é um fato pedagógico, nas coisas mais triviais do cotidiano estão ensinamentos e possibilidades de treinamento que a falta de pensar conduz a desastres educativos e existenciais. Uma simples situação mal vista e mal elaborada pode levar a sérios desdobramentos na vida futura. Na estrada da vida; em se tratando de velocidade de avançar: Qual a melhor decisão? Oito? Oitenta? Quarenta? Todas e nenhuma delas; pois ás vezes é preciso andar a 8 por hora; ás vezes a oitenta e noutras a 40. Tudo depende de obedecer á sinalização das Leis Naturais. Moderação pouco tem a ver com sabedoria... Namastê.

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