domingo, 30 de outubro de 2011

PROJEÇÃO NA VIDA EM FAMÍLIA – QUANDO SOBRA PARA AS CRIANÇAS




Pais adoecem quando os filhos não dão o retorno esperado ao que foi neles investido na parte material ou emocional. As mães, se os filhos começam a sobreviver sem o seu concurso. Os irmãos, ao competir por afeto. Os filhos, quando espera dos pais algo que eles não podem oferecer-lhe como: projeção social ou bens materiais. E também adoecemos quando nós projetamos nas outras pessoas aquilo que não conseguimos ser e, ao nos frustrarmos, nós somatizamos.

Em virtude da aceleração e do estilo de vida que leva á perda cada vez mais rápida das contenções e á queda das máscaras da personalidade – a relação conjugal é uma das mais afetadas – tornando-se um dos principais focos de obsessão e sofrimento.

Nos primeiros anos de vida o subconsciente funciona como um scanner e adotamos um modelo – copiamos alguém da família, normalmente um dos mais próximos – no caso pai, mãe, avô, avó. E sem saber entramos no meio de uma batalha pelo poder ou algo mais grave nos lares.

Como médico de famílias eu tenho presenciado casos onde ocorre um verdadeiro assédio moral e afetivo de alguns pais e mães que usam a criança que adotou o adversário como modelo – para agredir a outra parte. Ás vezes é um processo sutil, subliminar (nem pro isso suportável); noutras vezes beira a crueldade.

Raros estão imunes a isso.
Quem tem mais do que um filho; falta com a verdade a si mesmo quando diz que gosta igualmente de todos. É impossível para nossa ainda precária condição evolutiva. Somos seres ainda pouco maduros, não importa a idade cronológica em que nós encontremos; e vários são os mecanismos que interferem em nossa afetividade.
Dentre eles: A projeção.
Costumamos medir os outros; com nossas próprias medidas; com nossa régua – e nos tornamos o policial que prende; o juiz que julga; e o carrasco que pune.
Nós nos projetamos; o que funciona como repelente. E adotamos algumas pessoas como adversários; apenas pelo fato de se parecerem com nossos imaginários desafetos.
Imaginamos que sintam por nós; o que sentimos por elas.
Que são capazes de atitudes que nos prejudiquem; quando nós é que podemos lesá-las.
Nem tudo está perdido; a vida é um eterno reciclar:
Quem se encontra atento; pode usar a projeção como valioso recurso. Autoconhecimento; é sempre o primeiro passo de qualquer reforma. Basta observar.
Á vezes; o que mais detestamos no outro; pode muito bem estar em nós; estamos nos projetando.
Essa pessoa não vai com a minha cara; ou; eu que não vou com a dela?
É um tipo de identificação negativa; daí; quase sempre negada.
A inveja; o sentimento mais comum do ser humano da atualidade, é um fermento que torna essa identificação; muito negativa.
Quando o santo não bate com o do outro é preciso checar se há na jogada: inveja; ciúmes; orgulho ferido.

Cair de para-queda em 3D no meio de uma batalha familiar ninguém merece.
Claro que há todo um histórico de passado na constituição das famílias – Mas, será que podemos escolher quem copiar, que modelo nós vamos adotar? Se copiar a mamãe quando o papai está no poder já é complicado; imagina copiar a mamãe da mamãe ou a sogra do papai – Haja crise de asma, ites de todos os tipos e outros bichos...
Vixe!
Nossa!
E quando estamos no meio de uma batalha de ex prá lá ex prá cá – daí o bicho pega. A coisa fica mais engraçada quando se mistura as famílias que se formam das antigas que se desfizeram.

Vida de médico de família não é fácil quando assumimos a defesa das crianças. O que alguns pais fazem com os filhos merece um Conselho Tutelar Cósmico.

Quem você copiou?
Quem foi seu modelo?
Namastê.

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