quinta-feira, 6 de outubro de 2011

PROFESSOR – PROFISSÃO PERIGO - OS LIMITES E A ESCOLA




A escola já teve um papel importante na formação do senso de limites das pessoas; pois nela há um conjunto de normas e regras a serem seguidas bem mais definidas; e sem muita contaminação afetiva entre permitir e negar do que na vida em família.

Em muitos aspectos da vida humana o progresso é inegável; daí esperava-se que na vida contemporânea ela pudesse colaborar com mais eficácia para nos oferecer noções de limites e de possibilidades de ação para que pudéssemos progredir em paz e, até com alegria, uma espécie de balizamento para organização íntima e social.
Lógico que cada qual deverá encontrar os seus limites mais íntimos; e que os interativos, sejam regulados pelas normas sociais de conduta e leis tanto as da vida quanto as que nós criamos para tal.

Um conjunto de fatores tornou a profissão de professor uma das mais insalubres e perigosas atividades laborais da atualidade. Difícil entender como conseguem raciocinar, argumentar, ensinar em meio a tanto alarido, ruídos, agressões verbais e físicas entre os alunos; sem contar as péssimas condições de trabalho; que ao invés de melhorar; piora a olhos vistos.

Muitos são os fatores; e dentre eles vou destacar um: a família está entregando aos mestres um material humano de pouca qualidade ética e sem senso de limites básicos.
Na tentativa de transferir a responsabilidade sobre a educação da criança para a escola, a família contaminou-a com quebra de regras; além disso; retirou-se do professor os instrumentos de contenção que possibilitavam bem ou mal a compreensão de limites pelas crianças e jovens.
Quer queiramos ou não o que chamamos de educação ainda está mais para um treinamento com o uso de prêmios e castigos do que algo mais elaborado – desapareceram as responsabilidades e passou-se a negociar prêmios maiores ou menores; o resultado é fácil de ser percebido nos noticiários.

Outro ponto a ser considerado: tanto a família, quanto a sociedade e a escola montaram uma:
Fábrica de mentes inquietas.
E não sabem como desligá-la.
O sistema de estimulação dos sentidos e do intelecto feito de forma tão intensa e precoce; atrapalha a criança de identificar suas fronteiras de possibilidades; e, a que não se enquadre nas médias estatísticas e nos comportamentos padronizados; pode ser rotulada de anormal, marginal, problema, e passa a receber ajuda de profissionais que tentam desligá-las ou tornar sua vontade lenta e débil.

O problema é menos grave quando atinge uma pessoa ou apenas a família – explicamos: muitas são estimuladas a andar sempre na frente da maioria, no mínimo entre as melhores da turma, não importa quanto custe em qualidade de vida no presente ou no futuro; elas costumam cobrar-se de forma exagerada e até de adoecer ao lidar mal com as menores frustrações – mais grave é quando seus distúrbios atingem outras crianças e pessoas.

Complicado enxergar luz no fim do túnel pelo descaso com que o problema é tratado pela sociedade.
Parece que antes da melhora; o estado de saúde da educação vai chegar a um estado crítico.
Pois, vem aí:
Uma mistura explosiva.

Há novos tipos de criança na “praça”.
Dentre suas características: elas têm menos medo do que as de antigamente.
Daí, se os limites e as regras não forem claras, justas e inteligentes; instintivamente muitas se rebelam e tentam preservar sua integridade psicológica e até orgânica; essa é uma das razões porque a cada dia aumenta o número de crianças que transgridem todos os tipos de normas e limites padronizados pela sociedade atual, deixando os profissionais da educação em polvorosa, adoentados, e até com medo. Para essas novas safras de crianças, limites verbais não mais funcionam, ameaças e punições menos ainda.

Muitos são os focos possíveis para se mostrar a ineficiência do sistema educacional tanto na vida em família quanto na escola, quanto á descoberta e respeito aos limites. E, uma amostra é a demanda na busca de consultas médicas, vagas em hospitais; pior ainda, o número de cadeias sempre superlotadas: tudo isso é a mais pura falta de educação.

É triste que pela falta de treinamento do raciocínio crítico: a pobreza de percepção vá do berço ao túmulo. Avançando no sentido de evolução e ética cósmica dá para concluir que, muitas pessoas viverão uma existência quase inútil.

Muitos são os motivos, que contribuem para esse estado caótico, vários já abordados em nossos escritos anteriores. Dentre eles, a proibição em aprender (no caso limites); pois palavras não os ensinam nem mostram – até mesmo o balizamento executado pela lei cósmica de causa e efeito é desconsiderado; como se isso fosse possível – apenas a repetição das experiências ou vivência são capazes de estabelece-los e a registrar o aprendizado.
Assunto para reflexão: detalhes como o uso abusivo de analgésicos na infância têm um peso considerável na construção desse caos – fala-se até nas gerações analgésico; as que não toleram o mínimo contratempo nem frustração.

Nem tanto lá nem tanto cá - Mas:
Proteção excessiva é um dos problemas a serem discutidos.

Naturalmente a curiosidade da criança a leva a buscar aprender; porém é impedida pelo adulto.
As superprotegidas são mais pobres em identificar limites do que as outras; só que ao contrário; ao invés de expandir seus limites fazem com se retraiam permitindo que outros invadam seu espaço, e ao tentar retomá-lo o fazem de forma agressiva e até violenta.

Para os “sãos” parece loucura; mas, para nós não:
As perspectivas de futuro são muito promissoras e estão espelhadas nas próprias crianças; pois elas são mais bonitas; com potencial de inteligência cima das anteriores e mais definidas (ou muito boas ou muito más). Claro que parece um paradoxo; mas é real; pois na nossa incoerência e cultura esquizofrênica: quanto pior melhor; pois a transformação vem mais rápida.
Será que ao chegarmos a um ponto caótico a sociedade acorda para a importância da educação? Como medi-lo? Será que ele ainda vai começar ou já está acabando?

Professor: profissão perigo; é o fim do mundo.

Namastê,

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