Antes do advento da mídia de ação rápida, especialmente a TV, a formação dos hábitos alimentares ou nosso padrão de atitude de dieta era lenta e mais fixa; daí, mais difícil de ser modificada.
Quando nossos hábitos alimentares estão formados?
Diz-se que um padrão de atitude está formado, quando seus componentes encontram-se de tal forma interligados que, os sentimentos e tendências reativas específicas, ficam coerentemente associados com uma maneira particular de pensar em certos alimentos.
Como reciclar hábitos inadequados?
Claro que na infância seja mais fácil reciclar; pois nas primeiras fases do desenvolvimento de uma atitude, seus componentes não estão rigidamente sistematizados que não possam ser modificados por novas experiências. Mas, nenhuma mudança será bem sucedida apenas com discurso.
Antes, os hábitos são aprendidos, basicamente, de três formas: associação; transferência; satisfação de necessidades.
A formação dos hábitos alimentares dava-se basicamente através da transferência dos hábitos alimentares da família e da cultura local; mas na vida contemporânea a mídia de ação rápida passou a ter cada vez mais influência. – e novos fatores podem ser agregados o processo: indução e ressonância; que exercem influência mais poderosa do que a família. Por exemplo, um determinado tipo de alimento que a família identificou como nocivo para a saúde da criança é vendido na TV por um ídolo dela – Para quem será que seu subconsciente vai dar ouvidos? Para a mãe ou para o apelo da TV?
Quando ouvimos ou vemos imagens de comida, automaticamente as glândulas salivares, o estômago, vesícula começam a secretar e sentimos fome – esse é um problema cada vez mais grave; pois induz as crianças ao sobrepeso e ao diabetes.
Mas como educar as crianças sem reeducar os adultos?
As gerações dos atuais pais da atualidade foram manipuladas pelos ícones da sociedade de consumo cada vez mais globalizada; e se criou mais um paradoxo: a imagem do bebê rechonchudo, corado, cabelos encaracolados, olhos azuis; este é o padrão do bebê vencedor que só bebe determinada marca de leite, come a papinha tal e, toma a vitamina não sei das quantas; é a imagem da saúde vendendo saúde a ser copiada; depois coroando o paradoxo essa mesma mídia cria a imagem do adulto vencedor: esbelto, bronzeado; e tenta vender-lhe o medicamento emagrecedor X, a dieta Y.
Pensamos lento e a informação chega cada vez mais rápido; desprezamos o leite materno nos submetemos aos apelos consumistas e “entupimos” nossas crianças com proteínas lácteas e vitaminas suplementares: originando as alergias, disfunções, obesidade etc. Em alguns lares quando a criança não atende aos anseios do grupo familiar a mãe é responsabilizada pela estrutura física da criança, é claro que isso promove discórdia familiar, cobranças e, gera mágoas e ressentimentos difíceis de serem superados.
Na política do quanto mais; melhor:
Juntou-se a fome de comer com a fome de vender e de lucrar.
Em média comemos quatro ou cinco vezes além do necessário e algumas pessoas chegam a comer dez ou vinte vezes mais. Parte desse comportamento é herança cultural não reciclada; pois pensamos pouco e superficialmente. É um efeito dominó onde uma geração viciada vicia a geração seguinte, portanto o progresso é lento. Outros fatores somam-se: o aviso de apetite satisfeito é desencadeado por receptores no estômago e daí a informação é conduzida por terminações nervosas até o centro da fome no cérebro; o excesso de alimento desde bebê contribui para a “dilatação” do estômago; some-se a gula e a ansiedade não controlada, mais outros desvios e, o mecanismo fisiológico de controle da fome deixa de funcionar.
Nesse distúrbio da fisiologia a mídia de ação rápida vem assumindo um papel cada vez mais forte.
O que fazer?
Afaste a criança da TV sempre que possível; não faça dela uma babá eletrônica.
A família precisa organizar-se para cobrar das autoridades que os comerciais de comida e bebida sejam veiculados após determinados horários.
Enquanto isso; cada família vai ter que se organizar e se disciplinar conforme o grau de consciência já desenvolvido.
sábado, 30 de janeiro de 2010
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